Diplomacia Económica: motor da internacionalização das PME

No âmbito do 2.º Congresso Internacional de Ciência Política e Relações Internacionais (CICPRI) da Universidade Fernando Pessoa (UFP), realizou-se no passado dia 22 de abril, no Porto, uma mesa-redonda intitulada “A Importância da Diplomacia Económica na Internacionalização das Pequenas e Médias Empresas”. O evento, moderado por João Pereira, jornalista e coordenador de informação do Porto Canal, reuniu representantes da ATP, APIMA, CIP e AEP para discutir os avanços e desafios da diplomacia económica em Portugal e a sua importância na internacionalização das PME.

Ana Paula Dinis, diretora-geral da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, sublinhou a importância do apoio da diplomacia económica para o setor têxtil, que representa uma parte significativa das exportações portuguesas, destacando a necessidade de sinergias entre as empresas e as entidades diplomáticas. Já Gualter Morgado, diretor-executivo e gestor de projetos da APIMA – Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins, partilhou o caso de sucesso do setor do mobiliário, evidenciando a importância da cooperação entre diferentes setores e a necessidade de melhorias na infraestrutura das embaixadas para promover os produtos portugueses no exterior. Paulo Vaz, vice-presidente executivo da AEP – Associação Empresarial de Portugal, por sua vez, destacou a evolução significativa nos últimos 20 anos, especialmente no que diz respeito à integração da diplomacia tradicional com a diplomacia económica, resultando em maior apoio às pequenas e médias empresas por parte das embaixadas e da AICEP, enquanto Rafael Rocha, diretor-geral da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, enfatizou os desafios futuros da diplomacia económica, incluindo a transição digital e verde, bem como os perigos geopolíticos que impactam diretamente as relações comerciais internacionais.

Os representantes associativos concordaram que, apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito para promover as exportações e a internacionalização das PME.

A marca Portugal foi igualmente destacada como um ativo importante a ser desenvolvido na estratégia de diplomacia económica do país. A mesa-redonda evidenciou a relevância crescente da diplomacia económica na era atual, onde as relações comerciais internacionais desempenham um papel crucial no desenvolvimento económico e na projeção internacional de Portugal.

O debate provou a importância da diplomacia económica no contexto da globalização e da competitividade empresarial, fornecendo perspetivas valiosas para as PME que procuram expandir as suas operações para além das fronteiras nacionais. A partilha de experiências e estratégias entre os participantes destacou a relevância da colaboração e da adaptação às exigências do mercado global. Ana Paula Dinis salientou a facilidade de acesso à informação e a importância da cooperação e comunicação entre as empresas para acelerar o processo de internacionalização.

A mesa-redonda também abordou questões como o protecionismo, a necessidade de cooperação entre empresas e organismos governamentais e ainda como as oportunidades decorrentes da abertura da UE a outros mercados. Rafael Rocha destacou a distinção entre os processos de exportação e de internacionalização, enfatizando a importância de as empresas portuguesas não apenas exportarem, mas também se estabelecerem e competirem nos mercados internacionais de forma eficaz. O diretor-geral da CIP ressaltou ainda os desafios enfrentados pelas PME, especialmente no contexto das exigências crescentes relacionadas com a sustentabilidade e a responsabilidade social corporativa.