A complexidade e a instabilidade é a nova normalidade no Setor Têxtil

As exportações de têxteis e vestuário, no mês de julho, registaram uma quebra mensal homóloga de cerca de 8%, tendo neste mês o valor exportado sido de quase 490 milhões de euros, evidenciando uma melhoria da situação no contexto do COVID19. Julho é também por regra o melhor mês do ano, ao contrário do 2.º semestre que costuma ter sempre pior desempenho do que o 1.º, situação que não deverá ser diferente este ano.

 201820192020Evol. 2020/19
JANEIRO436,1440,0456,34%
FEVEREIRO432,5440,6435,0-1%
MARÇO491,6471,2387,2-18%
ABRIL434,6428,1248,3-42%
MAIO452,7462,3328,6-29%
JUNHO475,5411,7356,9-13%
JULHO513,7531,3489,7-8%

Dentro dos diferentes setores e atividades continuam a registar-se diferentes velocidades e grande instabilidade, adensando a complexidade do momento.

As exportações de vestuário caíram, em julho, 12%, as de matérias têxteis, caíram 8% e as de têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados subiram 10%. É nesta categoria de produtos que se encontram as máscaras têxteis, tendo sido registado um aumento de 11 milhões de euros no grupo de produtos onde se inserem.

 Jul. 2019Jul. 2020Evol.
Têxteis (exceto Têxteis-Lar)128118-8%
Vestuário326287-12%
Têxteis-Lar e outros artigos têxteis confecionados778510%
TOTAL531490-8%

Embora as exportações de vestuário, em termos globais, tenham registado uma quebra, as exportações de vestuário confecionado em feltros ou falsos tecidos, assim como vestuário confecionado com tecidos com borracha ou impregnados, revestidos ou recobertos com plástico ou outras matérias (onde se insere o vestuário profissional de proteção, por exemplo, na área médica) registaram um acréscimo de quase 5 milhões de euros neste mês.

Em termos acumulados, de janeiro a julho, as exportações deste setor, no valor de 2.702 mil milhões de euros, registaram uma diminuição de 15%, com a França a ser o destino com maior acréscimo em termos absolutos (mais 20 milhões de euros (+5%) em termos homólogos) e a Espanha no lado oposto, o destino com maior queda (menos 286 milhões de euros (-29%)), seguida da Itália (menos 28 milhões de euros (-14%)).

As importações de têxteis e vestuário nos primeiros sete meses do ano ascenderam a 2.135 milhões de euros (-17% em termos homólogos), ficando a balança comercial dos têxteis e vestuário com um saldo de 567 milhões de euros e uma taxa de cobertura de 127%.

Mário Jorge Machado
Presidente da ATP
Vila Nova de Famalicão,10 de setembro de 2020